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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

WIKILEAKS, ZELAYA E O ITAMARATY. O que nossos diplomatas queriam dos americanos, afinal?


A maior passeata de apoio a Michelleti reuniu 200 mil pessoas em Tegucigalpa*


Os vazamentos do site Wikileaks a respeito da questão hondurenha, quando Manuel Zelaya apeou-se do poder por tentar dar um golpe na Constituição (artigo 239), mostram que o Itamaraty pretendeu usar a força dos Estados Unidos para dificultar as coisas para o então presidente Micheletti (que era o presidente do congresso hondurenho e assumiu o governo com a saída de Zelaya).
Desde o início da crise Lula e Chávez protestaram contra o que chamaram de golpe e pediram a intervenção (talvez até militar) da OEA. Tentaram, a todo custo, estrangular Honduras, não importando o sofrimento de seu povo.
Como Micheletti permaneceu no poder, apesar de toda a gritaria da esquerda pela mídia internacional e das pressões exercidas pelo bloco bolivariano liderado por Fidel, Lula e Chávez. De fato, Zelaya, que havia sido bem eleito, começara a mudar seus planos e a seguir o modelito de Hugo Chávez para permanecer indefinidamente no poder. Queria uma constituínte ilegal e prorrogar seu mandato, conforme orientação venezuelana.
Não conseguiu, perdeu o posto de presidente e ficou refugiado na Costa Rica de onde preparou a volta  a Honduras. Para voltar invadiu a embaixada brasileira, e nossas autoridades dizem ter sido tomadas de surpresa, mas não o retiraram de lá, pois estava no coração de Tegucigalpa.
Talvez contassem com uma rebelião popular, uma guerra civil, ou com invasão militar por tropas das OEA. Mas, nada havia de rebelião em Tegucigalpa. Percebendo as más intenções de Zelaya o povo foi em massa às ruas para apoiar Micheletti, que manteve a data das eleições e passou o governo ao eleito, Lobo. 
Isso não ocorreu e Zelaya voltou para a Costa Rica onde ocupa uma mansão e de onde comanda a agitação em Honduras. Pela constituição hondurenha ninguém pode ocupar o cargo de presidente mais que uma vez.
Espertamente, os nossos diplomatas pareciam demonstrar surpresa com a invasão da nossa embaixada e, ao mesmo tempo pressionaram os Estados Unidos a adotarem medidas duras contra o governo hondurenho, inclusive medidas de corte de ajuda humanitária e de remessa de dinheiro. Não houve qualquer esforço para retirar, de imediato, Zelaya da representação brasileira.
Marco Aurélio Garcia, assessor de Lula, argumentou com o general James Jones, conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca que Zelaya não era um revolucionário perigoso.
O mais cômico das revelações é que o Wikileaks mostra que o Itamaraty dizia estar irritado com a suspeita de que Hugo Chávez estivesse por trás das ações de Zelaya. Santa malícia e cara de pau.
Os bolivarianos todos estavam por trás das ações de Zelaya, não só Chávez, pois Honduras seria mais um país governado pela esquerda na América Latina, além de Cuba, Nicarágua, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Brasil, etc, etc...
Não estavam só por trás, mas pela frente, pelos lados, por cima e por baixo.  Todos fazem parte do Foro de São Paulo, não há como ignorar as estrepolias de Manuel Zelaya. 
* Foto de El Heraldo, um dos melhores jornais de Honduras.
(Para ler mais sobre o Foro de São Paulo, pesquisar no site de Olavo de Carvalho e no site Mídia Sem Máscara)

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