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segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

EU PROTEJO, TU RECOLHES, E AMBOS INTERFERIMOS NA VIDA DOS OUTROS. Ou: diante da falta de outra solução, autoridades restringem a circulação noturna de adolescentes em cidades do interior.


Não há mais tempo para os filhos
 Nos últimos anos, em diversas cidades do País, as autoridades, ora juízes, ora promotores, ora vereadores e prefeitos, ora delegados, tentam implementar  medidas para controlar as andanças noturnas dos adolescentes.

As justificativas quase sempre são as mesmas: evitar o contato com o álcool, com as drogas, o vandalismo, as algazarras.
O curioso é que a proteção, que também é sempre a mesma "proibição de ficar nas ruas", está mudando de nome. Vocês sabem como mudar o nome de algo muda tudo.

É como queria o Governo Federal nos tempos do presidente que mais voou neste país, quando foi editada uma cartilha politicamente correta que nos queria ensinar como falar direitinho. Um dos exemplos inesquecíveis era o caso das pessoas verticalmente prejudicadas. !?!:  Os anões.
Se eu fosse anão e me chamassem daquilo...

Como decretar um toque de recolher soa mal aos ouvidos, pois parece coisa de ditadura, de gente retrógrada, não é mesmo?, melhor tomar uma iniciativa autoritária com outro nome!
E, assim, ninguém mais quer saber de decretar toques de recolher. Isso pegava muito mal.

É muito melhor e mais simpático para a "mídia" (a antiga Imprensa, lembram?) e para as hordas do bem, das ongs politicamente corretas, decretar o toque de proteger.

__  Você é autoritário! Você "recolhe" os pimpolhos que ficam na rua até tarde! Eu protejo.

__   E qual a diferença? Quando você protege você não os "recolhe"?

E, se essa conversa continuasse, a polícia acabaria tendo que recolher os dois beligerantes.

Quem é pai sabe que é mesmo um grande motivo de preocupação os filhos adolescentes ficarem por aí, à noite, de madrugada, até de manhã, pelas ruas. Tudo isso?
Mas ninguém os controla em casa?

Para que têm servido as escolas? O que aprendem por lá além de aulas de sexo, esquerdismo vagabundo, direitos, direitos, e mais direitos?

Para que servem os pais? Largam os fihos nas escolas cada vez mais tempo. Não conversam com eles sobre os perigos do mundo; preferem que interpretem, ao seu modo, as lições da TV e, agora, que satisfaçam sua curiosidade nos sites mais estranhos da Internet.
Estão entretidos lá no quarto!

Depois de absorverem um monte de asneiras - não vou dizer que só asneiras, para que não me chamem de ranzinza e radical - resolvem os jovens saírem pela cidade dar umas voltas.

Quase ninguém quer dar muitas explicações aos pais sobre onde vai. Também os "velhos", para serem bacaninhas, nem pensam em marcar hora para o retorno, ou em ir buscá-los, apenas por precaução. Preferem que seus filhos sejam cuidados pelos traficantes.
Exagerado! Tá, nem sempre é assim. Mas pode ser assim se você não conversa com seu filho, não leva algumas vezes, não vai buscar, não conhece seus amigos.

Tempos modernos. O relógio controla tudo e não temos tempo a perder, com os filhos!

Bem, o que acontece?
Como estamos em uma época piedosa, em que as faculdades despejam um monte de transformadores da realidade todos os anos, dispostos a mudar a natureza humana, o seu aspecto, o seu metabolismo, o meio ambiente, o ambinte inteiro, as leis, o mundo, tudo pela nova percepção holística, em nome do bem, começamos a registrar, por meio do noticiário, juízes que agem como legisladores; legisladores que querem ser executivos; prefeitos que pensam que são delegados e promotores implacáveis brandindo suas cópias do ECA. Tudo para contentamento, ou desgosto?, dos membros dos Conselhos Tutelares.

Se as escolas e nem os pais conseguem botar ordem na bagunça, eles tentarão.
Assim, recolher, proteger, tudo palavras para tentar ordenar um mundo que parece caótico.
Como o Estado moderno avança, cada vez mais, sobre a vida privada, não poderia ser diferente no caso da relação pais-filhos.
Mais tempo nas escolas, menos tempo com a família.
Mais tempo com os filhos, menos tempo de cerveja e futebol, ou de novelinhas.
Mas o que você anda aprendendo Zezinho?

Os pais poderão ser punidos se aborrecerem seus filhos. As pestinhas podem fazer queixa na polícia.
Os pais serão punidos se largarem seus filhos nas ruas. As pestinhas ficarão em casa.
Talvez funcione. Os pais terão que aguentar seus rebentos e conversar com eles.
Mas, e se não acontecer nada disso e cada um comprar a sua TV e seu computador?

Familía? Que palavra mais estranha...

Eu mesmo não gosto nem um pouco das medidas de restrição. Acho a confissão geral de uma sociedade que está pisando na bola, que não tem valores e na qual já não se conseguem fazer famílias como antes. Sem saudosismo, hoje temos verdadeiras pensões que chamam de "minha casa".

O que vocês acham disso tudo?











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