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domingo, 27 de fevereiro de 2011

SECRETÁRIO BRUNO COVAS, REFÉM DO POLITICAMENTE CORRETO?

O jornal Estado de São Paulo publicou entrevista com o deputado Bruno Covas, Secretário do Meio Ambiente de São Paulo, na qual tratou da necessidade de grandes obras de ampliação no Porto de Santos, que ele considera "um gargalo". 

Deve ser dada continuidade ao projeto de ampliação do Porto de Santos?
Sim. É um gargalo muito grande hoje a ampliação do Porto de Santos, sua modernização. A quantidade de caminhoneiros que fica ali esperando para embarcar o contêiner é muito grande.
Mas não dá para fazer isso desrespeitando a legislação ambiental. A gente deve encontrar uma forma de compensação, de garantir a preservação em outros locais.

Por que o zoneamento ecológico-econômico (espécie de ordenamento territorial) na Baixada Santista vem se arrastando há dez anos?
Por que não é fácil colocar no papel o planejamento de uma área que tem a possibilidade de grande expansão com o pré-sal. E a ampliação do porto de Santos é outro tema que acaba dividindo. Algumas áreas, são poucas, fazem com que o processo não se conclua. É prioridade aprovar o zoneamento logo, até para orientar os investidores em que área é possível fazer essa expansão.
Uma das nossas propostas é ampliar o zoneamento ecológico-econômico para todo o Estado de São Paulo, até para ajudar os municípios com seus licenciamentos, sua lei de uso e ocupação do solo. Hoje a gente já tem no litoral norte, tem um projeto para litoral sul e para o Vale do Ribeira.

O senhor pensa em criar novos parques ou áreas de proteção no Estado?
O Instituto Florestal tem estudos em dez áreas do Estado já identificadas para a criação de parques estaduais. Vamos avançar. Até o final deste governo a gente consegue criar novas Unidades de Conservação.

Está em discussão a revisão do Código Florestal. A proposta do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) é criticada por pesquisadores e ambientalistas. Que posição o Estado vai tomar?
Eu me reuni no começo de janeiro com o secretário João Sampaio, da Agricultura, para ver se a gente encontra uma solução conjunta. Se é para escolher um lado, claro que estou do lado dos ambientalistas. Mas eu venho do Parlamento, não dá para deixar de acreditar no debate, no diálogo, na construção de uma saída. A preocupação é válida. Não pode desmatar em nome do desenvolvimento. Mas eu acho que é possível, sim, encontrar saídas que agradem a todos. Seria uma contribuição muito grande para o Brasil se São Paulo conseguisse propor um substitutivo.

COMENTO:

A resposta de Bruno Covas indica que é mesmo um político. Por que ele teria que estar, necessariamente, do lado dos ambientalistas? Eles estão sempre certos? Há muita militância nesse meio e muitos interesses ideológicos.

A pergunta, como foi feita pelo jornal, já condiciona a resposta. Quem quereria ficar contra os ambientalistas e pesquisadores que estão criticando o projeto do Código Florestal, se a imprensa engajada e a militância cravaram no imaginário popular a ideia de que basta alguém dizer que é ambientalista para ser visto como especialista e sempre certo?  O projeto do deputado Aldo rebelo também foi elogiado por muitos setores e especialistas, mas já sofre de uma condenação prévia.

Seria mais interessante ele dizer que está sempre ao lado do melhor para o meio ambiente e para a sociedade. Pode ser que seja o Código Florestal, e não os  ativistas que usam o meio ambiente para fazer luta ideológica contra o capitalismo e as atividades empresariais e agrícolas.

Hoje em dia, diz o jornalista João Pereira Coutinho, "os vermelhos são os verdes" 

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