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quinta-feira, 19 de maio de 2011

ASSASSINATO NA USP. ESTUDANTE MORRE COM TIRO NA CABEÇA ANTES DE ENTRAR EM CARRO BLINDADO. Esquerdinhas brincam de lutas de classes e querem a "repressão" fora dos limites da Ilha da Fantasia.

Imaginem uma cidade com cem mil habitantes. Seria um lugar quase do tamanho de Itú, em São Paulo. Teria, necessariamente,  policiais civis e militares, uma vez que, como qualquer outra cidade, apresentaria a violência que atinge os centros urbanos no Brasil. Pois é, mas há um lugar, também em São Paulo, distante men
os de 100 quilometros de Itú, por onde circulam cerca de 100 mil pessoas por dia, mas que não conta com a presença daquelas polícias. Essa ilha da fantasia é a Cidade Universitária, onde funciona a Universidade de São Paulo - USP, localizada no bairro do Butantã, na capital paulista.   


FELIPE RAMOS DE PAIVA

 
Foi ali que, na noite de quarta-feira, houve mais um crime. Desta vez, um crime de morte, quando o estudante Felipe Ramos de Paiva, 24 anos, tomou um tiro na cabeça, após haver lutado com um agressor ou ladrão, ainda não se sabe corretamente.

O assassino fugiu, Felipe ficou caído ao lado de seu carro blindado no estacionamento da   Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). Esse crime não é o primeiro e, infelizmente, não será o último na Cidade Universitária. Centenas de estudantes daquela uiversidade questionam a falta de segurança, uma vez que a área é gigantesca, com mais de 76 milhões de metros quadrados, dezenas de edificíos distantes uns dos outros,  e com muitos bosques. Circular à noite, pela USP, é uma verdadeira aventura. 

Essa situação de insegurança se arrastaha muito tempo, pois muitos núcleos consideram que a polícia não pode circular pelo "espaço sagrado do conhecimento". A universidade é um lugar livre, ali não imperam certas normas sociais. Um belo discurso, mas a cidade universitária está cercada por São Paulo por todos os lados e isso implica todos os seus problemas.

Geralmente o pessoal da esquerda, alunos, funcionários e professores (geralmente da área de humanas) defende essa autonomia, como se a presença de policiais dedicados ao policiamento ostensivo, prevenindo crimes pudessem ser um tipo de ofensa grave à liberdade de pesquisa e de ensino. Com isso, essa patota tem garantido manter um clima de insegurança que está, cada vez mais, irritando a maioria silenciosa.

A USP tem mais de 80 mil alunos, os "libertários", os que devem adorar as injeções de adrenalina pelo risco idiota que todos correm, não passam de algumas centenas. Mas são articulados e contam com os trombones da mídia, sempre simpática à esquerda e contra a repressão, sempre direitista.

Nunca analisam o "libertarismo" dos regimes de esquerda, em que os donos do poder são mais tradicionais, conservadores e ortodoxos do que rótulos de Maizena, como diria o arguto analista de Bagé, de Veríssimo. Socialista só defende a liberdade em regimes onde isso é possível. Curioso, não? 

Pois é, ainda bem que esse bando não foi ao Cemitério de Caieiras, na Grande São Paulo, para convencer aos parentes e amigos de Fábio de que sua morte representou, apenas, uma etapada das contradições capitalistas, blá, blá, blá.

A USP não é segura, não tem guarda armada, é grande demas, é erma demais em muitas partes, tem muitas favelas e pobreza à sua volta, o que pode atrair gente interessada em levantar algum troco extra, nem que, para isso tenha que dar um pipoco em alguém, como se diz em linguagem  criminal-policial-popular. Isso não quer dizer que o assassino de Fábio seja das redondezas, pode ser de longe.

Mas na quinta-feira, em diversos sites e blogs, alunos da USP escreveram comentários sobre a excessiva facilidade de passagem pelos terrenos da universidade de vizinhos, moradores de favelas. Morar em favela não transforma ninguém em bandido, é óbvio, mas a pobreza estimula os mais ousados. E bandidos gostam de procurar barracos em favelas e seus becos exatamente porque são lugares mais difíceis para o acesso da polícia.

A ironia do caso de Fábio é que ele, estudante e trabalhador, temia tanto a insegurança de São Paulo que havia gasto suas economias para blindar um carro usado.
A "armadura" não lhe foi útil, morreu do lado de fora de sua fortaleza, ficou caído no chão de um estacionamento de uma universidade onde a polícia não pode entrar porque tem ideólogos que querem brincar de revolução.

Descanse em paz, Fábio, e que estudantes, funcionários e professores criem juízo em entendam que a presença da polícia, em termos de preventivos nada tem com a liberdade de pesquisa universitária. Apenas os traficantes de drogas e usuários que frequantam aqueles espaços é que deveriam sentir-se incomodados. Espero que eles sejam realmente a minoria. 










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