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quarta-feira, 18 de maio de 2011

O BRASIL E AS CUECAS E CALCINHAS CIDADÃS. Os políticos dão exemplo para o mundo de como tutelar uma população imbecilizada.

Gosto de ler as tiradas do colunista da Folha, o Macaco Simão. Gosto de seu senso de humor. O Brasil é, mesmo, o país da piada pronta. Assim, inspirado nas macaquices do colunista, fiquei pensando na forma como nossos representantes ocupam o tempo em Brasília.

Cá entre nós, posso parecer um brutamontes inculto e insensível, mas acho a Cidade uma porcaria, quanto à sua concepção. O fato de ser do arquiteto Niemeyer não me diz muito não. Acho que o arquiteto conseguiu, com o seu traço, criar uma cidade que é a própria expressão da abstração da ideia de sistema. Brasília, à exceção dos bairros mais periféricos, onde os "candangos" traçaram suas vilas, é algo insuportável para uma pessoa normal.

Acho, até, que é por causa disso que os políticos, ministros e altos funcionários ministeriais e de empresas públicas fogem da cidade como o diabo foge da cruz. O expediente regular de alguns está restrito a três dias por semana: terça, quarta e quinta. Claro, a cidade é muito estranha. Burocracia em estado puro.

O bom mesmo é morar perto de algum lago, com amplas mordomias. Aí, tendo que ir uns três dias ao trabalho e podendo descansar em mansões a coisa fica mais fácil, não é?

Penso que essa dura rotina brasiliense é que faz os políticos terem ideias ou comportamentos estranhos, ou bizarros. Por exemplo, até hoje ainda não consegui compreender como um senador da República, a pedido de uma moça -está certo que não é qualquer uma - colocou uma cueca vermelha e ficou desfilando pelo Congresso, como se fosse um palhaço.

Convenhamos, nem sempre há o que fazer, então é preciso ser criativo. Isso sempre dá algum Ibope, e um tipo de isenção. Fulano? Há, fulano é doido mesmo, faz cada uma. Então tudo lhe é desculpado. Gostaria de saber se um senador alemão desfilaria de cueca vermelha sobre o terno em Berlim, para depois aparecer na TV em algum programa humorístico, impunemente, como o senador Suplicy. Até Bob Dylan ele já imitou.. Blowing in the Wind...

Há o Tiririca, mas esse não conta.

Uma coisa curiosa é como eles gostam de fazer discursos. Falam, falam. Parece que seus companheiros estão superatentos. Mas o povo não vê o plenário, pois a lente está fechada, focalizada em quem fala.

Muitas vezes só há o que discursa e o presidente da mesa, mas não pode ser pego de susrpresa, pois pode estar lendo uma revista qualquer, enquanto o outro fala, fala, fala. Os eleitores ficam muito impressionados!

É nesse clima que os nossos deputados arranjam tempo para fazer benesses com o dinheiro alheio. Criam projetos mirabolantes e o contribuínte paga. Se não houver dinheiro no Orçamento, o Executivo providencia, altera logo alguma alíquota e arranca mais dinheiro dos tontos.

Ou cria-se um imposto novo, uma taxa, uma contribuição. Eles são altamente especializados nisso. Basta ver como dá confusão em muitos partidos, não por falta, mas por excesso de dinheiro arrecadado para fazer caixa para as eleições.

Há tanto dinheiro que até vira caixa dois, caixa três, caixa quatro. Às vezes sobra tanto que não dá nem para guardar no Brasil, é preciso mandar essa grana toda para as Ilhas Cayman, para a Suiça, e alguns mandam até para a China.
Portanto, para as bondades imaginadas para manter a população com saúde, bem alimentada e bem educada nunca falta dinheiro. Desde que o próprio beneficiado, ele mesmo, arrange o dinheiro para deixar os políticos satisfeitos. Povo bom é o que não contraria e nem faz desfeitas para seus representantes.

Assim, não fica difícil que os vereadores, deputados e senadores tenham pencas de boas ideias. Para eles não há a menor preocupação com a lógica, com o bom senso, com a realidade, com a existência de fundos, com a necessidade das medidas ou implementações, ou com o ridículo. Basta que saibamos que tudo aquilo que sai daquelas cabeças é para o nosso bem.

Assim, devemos agradecer por sermos obrigados a usar capacetes para pilotar motos.
Devemos agradecer por sermos obrigados a guiar com cintos de segurança. 
Devemos agradecer por tudo aquilo que eles decidem que precisamos fazer para não nos machucarmos e podermos continuar contribuindo com o Leão do Imposto de Renda e toda a família de leõezinhos federais, estaduais e municipais. 

Agora, temos também a novidade das cuecas e calcinhas com etiquetas que nos alertam sobre a necessidade de ir ao médico fazer exames. Não bastam as campanhas normais de comunicação pela TV, pela mídia tradicional. Não.

Como eles querem cuidar tão bem de todos, até nas cuecas, calcinhas e sutiãs serão colocadas etiquetas com informações sobre exames de próstata, uso de preservativo e exames de seios. Uma beleza. É melhor que em países de Primeiro Mundo. Esqueçam da morte do Bin Laden! O mundo vai saber das nossa cuecas e calcinhas, e do grande zêlo de nossos deputados e senadores.

Não, há, ó gente, ó não, país... como esse Brasil. 

Sempre pensei em trabalhar com Marketing. Um campo realmente fascinante. Parece que já tem um bocado de gente de Marketing assessorando políticos, além dos tempos de campanha, é claro. Nos tempos de campanha percebemos como o Marketing Eleitoral é um campo realmente promissor.

E as teorias parecem realmente funcionar!!!!!!!!!!!! Elegem cada poste!!!!!

Como os marketeiros são bons de marketing, são bons para venderem seus serviços. Assim, convenceram os políticos de que etiqueta de cueca é algo moderno, revolucionário, diferente, inovador como marketing viral.

E vai dar para encher de etiquetas as cuecas e calcinhas e sutiãs, pois todos os ministérios vão querer usar mais esse espaço público (não confundr com púbico) para deixar suas mensagens cidadãs. O Marketing está sempre de olho em novas oportunidades. Tendências.

Após a cueca cidadã, começam a pintar (êpa) estudos para a segmentação.
Dividir para governar. Segmentar e dominar o mercado por partes, como faz o esquartejador.

No caso, proponho o lançamento de cuecas para viajantes de esquerda (o lado do Bráulio), vermelhinhas como a do senador cômico Suplicy. Claro, os fabricantes poderão fazer de todas as cores. Afinal, o que importa são as etiquetas.

A etiqueta dirá: se colocar o Bráulio do lado esquerdo, leve o dinheiro do outro lado. Levar dinheiro na cueca é sempre mais seguro, porque há muitos ladrões por aí. Outro lado é a direita, né? Alguém ainda poderá colocar em outro lugar…Ou o contrário.

No caso do viajante ser de direita (isto é, colocar o Bráulio à direita), então os dólares devem ser acomodados ao lado contrário.

Com isso, os marqueteiros já terão dois modelos de cuecas: para viajantes de esquerda (o lado do Bráulio) , e para  viajantes de direita! E haja etiqueta. Também poderão fazer outras etiquetas a respeito de não molhar a táboa da privada e não deixar pingar no chão.
Etiqueta é civilidade. 
E as calcinhas? Teriam que seguir a orientação da senadora e conter, além das etiquetas, algo mais útil para quem seguir à risca o relaxa e goza, não é mesmo? Seriam calcinhas interessantes, forradinhas, instrutivas como as fitas para adolescentes que o MEC quer que as escolas passem para que os alunos aprendam como se comportar no caso de descobrirem ou forem despertos para experiências de natureza sexual, ou homossexual, pois o Mec é pluralista, né?
O problema todo dessas invenções que decorrem de tanta bondade daqueles que nos representam, e pensam que somos trouxas, é que isso tudo tem custo, e, no fim das contas, nós é que pagaremos, além de sermos tratados como imbecis.
Qual será a razão de o ar de Brasília fazer isso com os nossos representantes? Por que eles não tratam de legislar direitinho, fiscalizar o Executivo, protestar contra as medidas provisórias, protestar contra os ministros do Supremo que não têm mandato mas querem legislar, não ficam na cidade de segunda a sexta e deixam de ter ideias estranhas? Por que não analisam as consultorias dos ministros do Governo?

ETIQUETA: NÃO DEIXE PINGAR NO CHÃO

http://ercioafonso.blogspot.com/2009/10/suplicy-de-cueca-vermelha-no-senado.html
          

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