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terça-feira, 31 de maio de 2011

O MINISTRO FERNANDO HADDAD, TIO STÁLIN E ADOLF HITLER. Afinal, qual dos dois tiranos era mais humanista ao matar seus desafetos?

“Há uma diferença entre o Hitler e o Stálin que precisa ser devidamente registrada. Ambos fuzilavam seus inimigos, mas o Stálin lia os livros antes de fuzilá-los. Essa é a grande diferença. Estamos vivendo, portanto, uma pequena involução, estamos saindo de uma situação stalinista e agora adotando uma postura mais de viés fascista, que é criticar um livro sem ler”.

A inacreditável frase publicada acima foi dita pelo nosso ministro da Educação,  Fernando Haddad, em audiência pública, na manhã de terça-feira, no Senado Federal, segundo a imprensa especializada em cobertura política.


Isso foi dito devido à polêmica iniciada após crítica de especialistas ao livro distribuído pelo MEC a quase 500 mil crianças, "Por uma vida melhor", da Coleção Viver e Aprender. O livro trata, entre outras coisas, da oposição entre norma culta e "norma popular" (o nóis vai e nóis fumo).

Foi o que ele disse, conforme a imprensa. Preciso ler mais alguma coisa que tenha sido dita pelo ministro para comentar a respeito? Posso fuzilá-lo assim, segundo ele, ao estilo fascista? Ou Fernando Haddad preferiria ser fuzilado ao estilo comuno-stalinista? A morte comunista lhe seria mais confortável?

Então, para o ministro, se o que ele disse de Stálin e Hitler fosse verdade, matar é de menos, desde que você leia o livro de quem vai matar? Quanta consideração para com o futuro defunto, hein? Que é isso, senhor ministro?

Seria uma morte menos dolorosa? Mais justa? Seria uma ordem de fuzilar mais consciente?: "Não gostei mesmo de seu livro, merece morrer!"


Mas, pelo visto, como o sujeito já estava previamente condenado à morte, que diferença faria gostar ou não do livro? Ou lê-lo?

Talvez o ministro tenha pretendido, apenas, dizer que ninguém deve julgar algo, ou emitir uma opinião sem estudar o caso primeiro. Pode ser. Mas ninguém precisa experimentar certas coisas para opinar posteriormente. Precisa, ministro? Nem tudo deve ser experimentado na vida. Certas experiências, só para Stálin ou HItler.

Stálin foi um fascínora muito, mas muito pior que Hitler, basta ter um mínimo de conhecimento de História. Mandou muito mais gente para a morte que o seu colega alemão. E não se trata de um simples campeonato de matanças.

Apenas na Ucrânia (1932/1933), com o seu hábito de leitura e tudo, Stálin mandou para a morte cerca de sete milhões de ucranianos. Matou de fome, de forma premeditada. Planejando recolher toda a colheita agrícola para subjugar um povo inteiro. Não sei se alguns daqueles ucranianos havia escrito algum livro, mas isso não fez a menor diferença. No total matou uns 30 milhões de desafetos.

Mas essas comparações não consolam os mortos por Hitler ou Stálin, nem qualifica suas mortes.

Se os leitores têm alguma dúvida sobre a Grande Fome da Ucrânia (obra humanista de Stálin) procure ler sobre o Holodomor, o Holocausto dos ucranianos. E deve procurar assistir, se tiver estômago, ao documentário Soviet Story, do diretor letão Edvins Snore (2008) sobre os regimes genocidas da Alemanha de Hitler e da União Soviética de Stálin.

Não é muito comum aqui pelo Brasil, porque aqui gostam muito de falar, apenas, no genocídio nazista, justificando, sempre, as mortes executadas pelos comunistas.

O ministro da Educação, certamente, deve saber que Stálin e Hitler (o bigodão e o bigodinho) foram sócios, até 1941 nos planos de divisão da Europa, pelo tratado Ribbentrop-Molotov. Dizem que Stálin era, até, um bom linguista, mas o ministro deve saber que Hitler também apreciava artes e conhecia muito bem detalhes de muitos dos melhores teatros de Ópera europeus. O ditador alemão não era o bronco e tão mau pintor como costumam pintá-lo os comunistas.


E que diferença faria isso se ambos praticavam o mesmo esporte: matar adversários e perseguir "povos inferiores", como escreveu Marx enquanto jornalista?

Aos ucranianos mortos de fome ou aos russos mortos de frio e fome na Sibéria, ou aos judeus mortos em fornos crematórios faria alguma diferença saber que seus livros foram ou não foram lidos?

A questão formulada conforme lemos parece dizer que há um progresso, um avanço nas mortes, na arte de matar adversários. Ler um livro de um adversário e depois matá-lo com um tiro na testa, ou uma picareta no topo do crânio é mais humanista, mais iluminista, mais nobre, mais progressista que simplesmente mandar matar e pronto.


Que grosseria mandar matar um adversário sem ler a sua obra antes! 

THE SOVIET STORY (2008) DIRECT BY EDVINS SNORE.



Há, já, uma saturação tão grande sobre as mortes nos campos alemães que gostaria de mostrar ao ministro Haddad um pouco da piedosa obra livresca de Stálin.
Assim, publicarei três fotos de ucranianos que, talvez, até, tenham tido seus livros lidos antes de morrer.
Nunca se sabe.
 Mas eles, com certeza, não teriam morrido mais felizes por causa disso.


EU NÃO TENHO LIVRO, TIO STÁLIN! MAS
ESTOU CONTANDO UMAS HISTORINHAS PRO MEU IRMÃO MAIS
NOVO. ISSO SERVE?
SIM?
ENTÃO AGORA PODEMOS MORRER FELIZES! OBRIGADO.


GRAÇAS A DEUS POSSO MORRER FELIZ,
ALGUÉM LEU O MEU LIVRO!
 
OBRIGADO, SENHOR STÁLIN , POR HAVER LIDO MEU LIVRO!
AGORA EU TAMBÉM MORREREI  FELIZ.

E, naqueles anos distantes, Mestre Stálin deve ter lido uma imensa biblioteca... Nos anos 2011, do Século XXI, alguém diria que ele era muito culto e humanista, jamais mandaria matar alguém sem conhecer a sua obra, linha por linha.

Tio Stálin foi um dos maiores humanistas de todos os tempos.

fotos:
http://www.unitedhumanrights.org/genocide/ukraine_famine.htm

Um comentário:

  1. Tudo mentira isso. Nem Haddad nem Bechara sabem muito sobre Stálin e ficam falando.

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