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quarta-feira, 18 de maio de 2011

VERÔNICA VERONE. EU VI OS OLHOS QUE VIRAM OS ÚLTIMOS MOMENTOS DE FÁBIO GABRIEL.


No livro Câmara Clara, um longo e interessantíssimo ensaio sobre Fotografia, o escritor e pesquisador francês Roland Barthes escreve sobre uma experiência estranha e instigante que teve um dia. Ao olhar para uma fotografia percebeu que era uma imagem do último irmão de Napoleão Bonaparte.

Barthes pensou, fixando o olhar nos olhos que o vigiavam do papel: "eu vejo os olhos que viram o Imperador".

Esse é o fascínio da Fotografia. Esse retorno ao passado, esse mergulho na memória. A filósofa americana Susan Sontag (morta) disse em Ensaio sobre Fotografia (On Photography): a fotografia é a presença da ausência.

Pois é, esse par de olhos ora azuis-acinzentados, ora esverdeados, é o de Verônica Verone. A loira fatal, aquela que disse ter matado Fábio Gabriel com um cinto de couro apertado em torno de seu pescoço, em um motel de Itaipu.

Fosse a sua última foto, poderíamos imaginar que ainda estivesse fixada em suas retinas (se isso fosse posssível, claro) a última cena dos últimos segundos do drama de Fábio.

Penso: "Eu vejo os olhos daquela que viu os últimos momentos de Fábio". Não é a última imagem de Verônica, certamente, uma vez que ela está viva, e Fábio é que morreu, mas os seus olhos registraram tudo o que aconteceu. E tal par de olhos deve ter funcionado como fortíssimo elemento de atração para Fábio.

O que esses olhos poderiam contar sobre o que aconteceu na suite 143 do Motel Status? O que Fábio via neles que o fascinava? Como Verônica vê o mundo por eles? São olhos que mentem, ou que falam a verdade? São olhos sedutores. São olhos que atraem. Perigosos. O caminho tortuoso da aventura insana?

Se Verônica contou a verdade à polícia sobre estar com Fábio e ter mais dois namorados e ainda manter um relacinamento com um mulher, conforme noticiaram, certamente seus olhos testemunharam muita coisa. E, de certo, todas as pessoas com as quais se envolveu ficaram fascinadas. Fascinação. Magia. Entorpecimento. Verônica tem olhos mágicos, poderosos, e muito, muito perigosos.

Se o que tais olhos verão de ora em diante é sofrimento e dor, só Deus sabe. Arrependimento? Angústia? Tristeza? Se os olhos são a janela da alma, como os senhores e senhoras acham que seja a alma de Verônica? 

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