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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

“SE EU MORRER VOCÊ FICARÁ TRISTE?”. PERGUNTOU DAVID AO IRMÃO MAIS VELHO. No dia 22 David atirou na professora e depois na própria cabeça. Ela está internada, ele morreu duas horas depois. O fato chocou o Brasil e traumatizou os alunos da Escola Alcina Dantas Feijão, de São Caetano do Sul, em SP.

Desenho (parcial) encontrado pela Polícia na, mochila de David.  

A policia ouviu hoje os depoimentos dos pais e do irmão mais velho do menino David Mota Nogueira, de dez anos, que morreu na quinta-feira passada, ao não resistir ao tiro que deu na própria cabeça após atirar em sua professora, dentro da sala de aula na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul.

Já escrevi sobre esta tragédia e agora leio sobre as hipóteses mais consideradas pela delegada Lucy Mastellini Fernandes: ela acha que foi ou “uma brincadeira que não deu certo”, ou “um crime premeditado”.

Desde o início me pareceu que não era uma ação exibicionista de uma criança que pega o revólver do pai e leva à escola para mostrar aos colegas e provoca, sem querer,
uma tragédia. Isso já aconteceu muitas vezes ao longo dos anos.

A própria delegada disse que havia encontrado um desenho dentro da mochila de David em que há uma representação dele “aos 16 anos” e um “professor”. David, no desenho está com armas.

Para mim o desenho coloca o menino no futuro, “aos 16 anos”. Por que? Porque aos 16 anos ele poderia fazer coisas impossíveis aos dez anos de idade. Isso é planejar. Mesmo que com a falta de maturidade de uma criança de dez anos. Crianças de dez anãos hoje em dia t|~em muita informação acumulada. E isso pode ser causa de confusão.

Até agora todos elogiam o garoto, que parecia ser tranqüilo e pacífico. Vizinhos, colegas da escola, membros de sua igreja só elogiam David. Mas ele não se abriu com ninguém, nem o irmão e os pais, sobre o que o afetava. E o que o afetava? Fica evidente que a pergunta ao irmão, a frase dita à colega sobre matar a professora e o desenho, além do fato de pegar a arma do pai, revelam uma intencionalidade. Não uma Razão, mas uma intenção, uma meta.

David tomou uma decisão. Uma decisão grave demais para uma criança de apenas dez anos de idade. David deveria estar se sentindo absolutamente só. E deve ter se sentido impedido de  falar com alguém sobre o que o afligia.

COMPUTADOR

Creio que a polícia deveria solicitar um exame de seu computador ou o da família, uma vez que o menino tinha uma página no Facebook. Uma criança de dez anos poder ser nova e não definida emocionalmente, e está sujeita a influências. 

Crianças podem acessar coisas absurdas via Internet. Caso não se configure um problema psicológico ou psiquiátrico. A policia deve considerar todas as hipóteses. Ele poderia estar mimetizando alguém, algum modelo comportamental.

Essa é a pergunta que não se cala: o que levou David a fazer o que fez? Eu arrisco mais uma vez: David poderia estar profundamente apaixonado pela sua professora. Isso acontece com mais freqüência do que se discute ou se imagina. Isso não o desabonaria, apenas dimensionaria sua imaturidade. E, creio, sua solidão. Com quem  repartir tal verdade? Isso é humano demais.

Se não foi por amor,  por que ele atiraria na professora? Por ódio? Parece que pelas informações gerais não havia nada que fizesse supor um clima de desentendimento profundo entre ele e a professora.

Creio que, se o depoimento da professora  Rosileide Queirós Oliveria, 38 anos, não revelar alguma surpresa (ela ainda não sabe que o menino morreu), se ela não tinha problema com ele, de ordem disciplinar ou de aprendizagem, restará uma hipótese plausível, a da premeditação (ele fez a pergunta sobre a morte ao irmão; uma colega disse que um dia antes do incidente ele havia dito que mataria a professora). E a causa, ou fatores que levariam a atirar nela. Ciúmes, talvez. A professora tem um namorado. Será que iria se casar em breve?

DESENHO

A família de Davi autorizou a divulgação do desenho encontrado na sua mochila em que ele se retratava com 16 anos. Segundo a delegada, a mãe dele, Elenice Mota, reconheceu o desenho feito por David e liberou a divulgação acreditando que ele não retrata um possível perfil violento do aluno.

Informações extraídas da cobertura jornalística.

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