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quarta-feira, 18 de abril de 2012

MORTE NO HOPI HARI. O PARQUE NUNCA MAIS SERÁ O MESMO, E GABRIELA NISHIMURA NUNCA MAIS VOLTARÁ PARA O JAPÃO. Após inquérito para apurar as causas da morte da menina, a polícia indicia 11 pessoas por homicídio culposo.

GABRIELA NISHIMURA, 14 ANOS, CAIU DA TORRE EIFFEL, NO HOPI HARI, E MORREU
(Foto da família)

Depois da divulgação, ontem, do indiciamento de onze pessoas do Hopi Hari, de funcionários ao presidente da empresa, o parque emitiu nota dizendo o óbvio: "o acidente foi uma fatalidade causada por uma série de falhas humanas, cuja responsabilidade individual está sendo apurada".

Evidentemente ninguém pensaria que todos eles tivessem planejado jogar a menina lá do alto da Torre Eiffel. A contratação de assessorias de comunicação para proteger a imagem de instituições ou pessoas pode produzir respostas vazias como essa numa aparente demonstração de eficiência.  

O fato é: ou por imprudência, ou imperícia, ou negligência de uma ou várias pessoas do parque a menina caiu do brinquedo de uma altura talvez de 30 metros e morreu. Não há o que a traga de volta. Agora, o que se espera, é que a promotoria envie o caso bem fundamentado à Justiça para uma punição exemplar.   

Para o parque, "o indiciamento é um ato provisório da autoridade policial que não significa condenação. Por isso, em respeito a seus profissionais, o parque aguardará a decisão judicial". Outra obviedade quase pueril. E, por acaso, poderia ser diferente? Por acaso os donos fechariam o parque e esqueceriam todo o acontecido?

A nota do Hopi Hari diz adotar, "em sua totalidade, procedimentos internacionais dos melhores parques do mundo, tornando-se referência no País nestes 12 anos". Ninguém divida disso, e é outra obviedade? Em todo caso, com tudo isso, a morte ocorreu, não? Isso indica a fragilidade dos processos que envolvem pessoas, e alerta sobre porque as pessoas não podem abrir mão do rigor de suas tarefas.

Segundo a nota distribuida à imprensa, o parque "implementou de imediato melhorias e procedimentos adicionais de segurança" depois de vistorias rigorosas dos ministérios públicos Estadual e do Trabalho, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), do Instituto de Pesquisas Tecnológicas, do Instituto de Criminalística, do Corpo de Bombeiros e da empresa alemã TÜV SÜD. Após as análises, o funcionamento do Hopi Hari foi liberado.  Isto significa que os usuários devem confiar na instituição, o que sempre fizeram, e que qualquer pequeno problema deve ser apurado rapidamente.

INDICIADOS

Além do presidente, Armando Pereira Filho, o Hopi Hari teve indiciados o vice-presidente, Claudio Luis Pinheiro Guimarães, e o gerente geral de Manutenção e Projetos, Stefan Fridolin Banholzer. Na lista da Polícia Civil também constam os atendentes de operação Vitor Igor Spinocci de Oliveira, Marcos Antonio Tomaz Leal e Edson da Silva, além do supervisor de operações Lucas Martins Figueiredo. Os outros quatro são Juliano Ambrósio, técnico de manutenção, Rodolfo Rocha de Aguiar Santos, técnico em eletrônica e eletrotécnica, Adriano César de Souza, técnico de manutenção mecânica e Luiz Carlos Pereira de Souza, sênior mecânico.

A menina Gabriela Nishimura caiu do brinquedo Torre Eiffel, que simula uma queda livre, na manhã do dia 24 de fevereiro. Estava acompanhada no passeio pelos pais, uma tia e da prima. Segundo as primeiras investigações, o equipamento apresentava defeito na trava de segurança. (Leia mais sobre Gabriela nos outros textos, neste blog).

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