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quarta-feira, 6 de junho de 2012

A ONDA DOS NOVOS CANIBAIS. Ou, a escolinha de maldade do doutor Hannibal Lecter tem alunos aplicados. Os canibais sempre existiram, a comunicação moderna apenas os revelou. Mas há quem acredite que os meios de comunicação estimulam novos casos.



HANNIBAL LECTER: MAU EXEMPLO OU PERSONAGEM INCONSEQUENTE? 
Nos últimos tempos não passa um mês e surge uma nova história repugnante sobre canibalismo em algum lugar do mundo. Os meios de comunicação noticiam e tratam do tema à exaustão, criando a impressão de que há canibais por todos os lados, o tempo todo.

Os casos são realmente escabrosos, denotando imensa crueldade ou insanidade por parte dos autores. Parece que alunos e fãs do doutor Hannibal Lecter resolveram sair de casa e agir com extrema maldade, espalhando o pânico.

O canibalismo acompanha o homem desde o início dos tempos, certamente, segundo já verificaram pesquisadores da Cultura, mas de forma ritualística, tribal, talvez com origem religiosa, ou movido a crenças relativas à transferência de qualidades (bravura, coragem) dos mortos.

Há muitas imagens antigas que demonstram que a pratica canibal fez parte de culturas antigas, muitas delas desaparecidas. Alguns grupos primitivos ainda mantinham o canibalismo ritualístico até o século XIX ou início dos XX, quando foram contatados por estudiosos e pesquisadores.

Um dos relatos mais conhecidos sobre o canibalismo, no Brasil, por exemplo, data do Século XVI, feito pelo marinheiro alemão Hans Staden, aventureiro que esteve duas vezes por aqui. Na segunda vez acabou prisioneiro de índios antropófagos, no litoral de São Paulo, e foi tratado como comida, até que, depois de muitas tentativas, conseguiu escapar e voltar para a Europa, onde publicou um dos primeiros livros sobre o Brasil, falando de suas aventuras, e dos canibais.

Sempre imagino que o livro de Hans Staden, que vendeu milhares de cópias naquele tempo!, foi um dos fatores de alimentação do imaginário europeu sobre que o Brasil é uma selva com índios nus, cobras e feras andando pelas ruas. Nunca duvidem da força das narrativas no imaginário humano!

CULPA DA MÍDIA?

Os casos que a imprensa relata e o cinema e a TV exploram, como filmes e documentários, são diferentes do canibalismo tribal. Parece ser um tipo de comportamento perverso, alguns explicados por problemas de ordem sexual, onde o assassino só encontra satisfação completa comendo, literalmente, o outro, destroçando seu corpo.

ARMIN MEIWES, O TENEBROSO
CANIBAL ALEMÃO
O assassino parece que está em busca de algum troféu, com um comportamento que lembra o do monstro do cinema, o Predador, que colecionava ossos de suas vitimas.

Entre leigos, e mesmo entre estudiosos da Comunicação, há quem aponte o dedo para o mau exemplo dado pelo cinema, ou por reportagens tratando dos casos mais horripilantes. 

Mas sempre ficará aquela velha questão sobre se a vida imita a arte, ou é a arte que imita a vida.

Muita gente crê que pessoas mais influenciáveis ou mais frágeis à exposição aos meios de comunicação possam querer imitar aquilo que vêem. É claro que é uma fantasia tola, uma vez que se a coisa fosse assim tão simplista todos agiríamos como verdadeiros monstros, copiando todos os comportamentos errados e perversos que vemos no cinema e na TV e, agora, também nos veículo que usam a Internet.

A idéia da copia direta está baseado no que se chama de comportamento mimético, copia pura e simples. É claro que o comportamento mimético é observado no mundo natural e na cultura (não há pencas de jovens com o cabelo no estilo Neymar?

O mimetismo, aliás, como já havia observado o sociólogo alemão George Simmel, no início do Século XX!, pode estar na base do comportamento imitativo em relação à moda. Mas uma coisa é uma pessoa comum copiar um estilo,um corte de cabelo, outra é copiar um comportamento perverso como de um canibal.

Pode ser que o imaginário de pessoas perversas seja alimentado por fantasias provenientes de filmes e da TV? Sim, é razoável como hipótese. Mas se tais pessoas já não forem perturbadas naturalmente, já não tiverem suas taras produzidas por falhas de produção da estrutura da mente, ou seja, não forem más por natureza, não se transformariam em canibais sádicos e cruéis. Sentimos nojo, horror, ojeriza por tais crimes, quando lemos sobre eles.

Quem disser que os cometeu apenas por ter assistido o Predador ou Hannibal Lecter, ou leu sobre  os bárbaros crimes que têm sido divulgados sobre comportamento canibal estará mentindo. O mal nunca está lá fora, ele sempre poderá estar, ou não, dentro de  cada um de nós.

VEJA AQUI OS PIORES CANIBAIS DOS ÚLTIMOS TEMPOS:



            

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