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quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

ADVOGADA PROTESTA, EM BRASÍLIA, CONTRA VAQUINHA DO PT PARA AJUDAR OS MENSALEIROS CORRUPTOS CONDENADOS PELO STF, NO CASO DO MENSALÃO.


Protestos solitários me comovem. Gosto de pessoas que têm a coragem de desafiar a unanimidade, ou enfrentar grupos que se julgam detentores da razão. Essa força de vontade, esse brio, são raros no Brasil de hoje, quando muita gente se acomoda e finge que as coisas mais graves e horríveis que estão acontecendo não estão acontecendo!

Porisso admirei a atitude da advogada Marília Gabriela Ferreira ao ficar na entrada do restaurante com um cartaz com os dizeres:

"QUEREM AJUDAR SEUS AMIGOS? DIVIDAM COM ELES PARTE DA PENA RESTRITIVA DE LIBERDADE!!!".

Foi tão corajosa como o grupo que fez uma manifestação na Av. Paulista em São Paulo, no vão do Masp, com o mote "Mexeu com o Brasil, mexeu comigo". Petistas e associados moralmente aos petistas ridicularizaram na mídia oficialesca a atitude daquelas pessoas, mas o ato foi significativo, pois não foi grupo manipulado por cordéis partidários.


Essa ações sempre me lembram Sócrates e Galileu. Sócrates sabia estar certo, mas não resistiu e foi morto. Poderia ter fugido de Atenas, pois muitos de seus amigos e seguidores se ofereceram, ao modo daquele tempo, para fazerem uma vaquinha salvadora. Homem de brio e coragem preferiu a morte à frente de todos.

Galileu, que sabia que sabia que a Terra não era plana, mas esférica, enfrentou a uninanimidade que achava que sabia que a Terra era plana. Não adiantaria fazer um plebiscito, bem ao gosto contemporâneo de vaquinhas de presépio. Escolher no voto que a terra é plana não alteraria, em absoluto, a sua esfericidade. 

A advogada Marilia Gabriela Ferreira talvez nem tenha pensado nisso tudo, apenas expressou a sua indignação contra o que julga uma aberração. E ela é que está certa. É mesmo vergonhosoE, como vimos, não está sozinha na História. 

Parabéns dona Marília. 

E uma vergonha que pessoas se reúnam em um jantar em um restaurante aberto ao público para juntarem dinheiro para ajudarem a condenados pela Justiça a pagarem suas multas. Muita gente pode achar um jantar assim uma demonstração de solidariedade, e solidariedade é uma coisa bonita, não? Nem sempre, convenhamos.

Muitos políticos foram expostos à execração pública desde os tempos de Collor de Mello, e a maioria por boas razões. Nem todos foram punidos por seus pares, devido ao corporativismo da "categoria", mas alguns partidos expulsaram seus membros "pecaminosos", digamos assim.

O PT não, os que foram expulsos, ao longo da história do partido, nunca o foram por corrupção ou "malfeitos", como diriam Dilma Rousseff ou Lula da Silva. Foi porque o partido não admitia que alguém saísse de uma diretriz ideológica ou doutrinária. Até aí tudo bem. Cada partido que faça como quiser.

Mas, no caso do Mensalão, que os petistas chamam de Ação Penal 470, acreditando com isso tapar o sol com a peneira, a coisa é diferente. No caso do Mensalão, que envolveu gente de diversos partidos, sim, mas comandados pelos petistas, houve corrupção ativa, passiva, lavagem de dinheiro e outros crimes perpetrados pela quadrilha. Está nos autos.

O episódio do Mensalão e a reação do PT às condenações são muito elucidativas e importantes para mostrar como é, de fato, o partido. Ele vive no estado democrático, mas parece ser fiel a parte de seu programa para "mudar" o Brasil, sabemos, toda aquela conversa socialista que acaba usando qualquer meio para atingir um fim. Deu no Mensalão.

Um partido que se enquadrasse de fato no Estado de Direito, no regime democrático, com espírito republicano (expressão em moda nos tempos lulísticos), teria expulsado tais membros condenados, fossem eles importantes na ghierarquia ou não. A recusa em tomar essa medida, como tem sido deixado claro pelos atuais líderes petistas, indica que o Partido não crê muito nas instituições. Julga que os seus membros condenados são injustiçados e não criminosos. Em alguns momentos chegaram a dizer que seriam perseguidos políticos.

Um verdadeiro absurdo! Isso demonstra com absoluta clareza que os petistas ainda fazem juz ao nome de "Partido de Deus", os especiais, os diferentes, os puros, os donos da Ética. Tudo isso muito bem analisado no livro com o título referido, de Luiz Mir. 

Um partido de eleitos nunca pode ser boa coisa, pois quem se julga diferente e acima dos demais pode esconder, de fato, e mal esconde, uma sanha autoritária e totalitária.  E vem pelo mesmo caminho o tal partido especial de Marina Silva. Fiquemos alertas.

FONTE TERRA
FOTO DE GUSTAVO GANTOIS




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