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domingo, 27 de janeiro de 2013

O INCENDIO NA BOATE KISS, DE SANTA MARIA (RS) PROVOCOU UMA VERDADEIRA DEVASTAÇÃO. O governador Tarso Genro disse que não é hora de apontar culpados, em função do respeito aos mortos. Apontar culpados diretos por essa tragédia, de fato, é uma tarefa da polícia, e isso levará algum tempo. Mas é hora de pensarmos na eficiência de todos eles que agora falam sobre a tragédia.

SANTA MARIA COMEÇOU A ENTERRAR SEUS MORTOS
O incêndio na boate Kiss na madrugada de domingo deixará marcas por muito tempo. Na cidade as floriculturas não tem mais flores naturais, e provavelmente não existiria um estoque tão grande de mais de 200 caixões. A Universidade Federal de Santa Maria perdeu, de uma vez, 101 de seus alunos.

Uma multidão em desespero com o fogo que se alastra pelo teto e a fumaça preta que asfixia. Porta fechada para evitar a “fuga” de pessoas que não pagaram as contas. Gente esmagada pelo chão e nos banheiros, cujas portas foram confundidas com saídas de emergência.

Nada mais horrível que a consciência da Morte que chega, sem dó, e leva as pessoas. Nada mais horrível que saber ser impossível sair dali, caído no chão, sendo pisado por desesperados que também cairão e também serão pisoteados por outros desesperados que tentam fugir.

Dizem os bombeiros que a fumaça é muito forte e provoca a inconsciência logo. Ao menos esse consolo. Não é necessário incluir relatos de sobreviventes. Todos falam do horror, do medo, do desespero, e da falta de compreensão imediata sobre o que acontecia por aqueles que tomavam conta da porta.

Não consigo entender, pelo que li, talvez houvesse um salão de festas e portas de emergência que conduziam à porta principal. Nada de portas de emergência que abrissem e colocassem as pessoas diretamente na rua como era de se esperar.

Ouvir a discurseira oficial das autoridades chega a dar nojo, tal a eficiência que demonstram... após 232 mortes e 116 feridos!

O prefeito garante que a fiscalização das boates e locais de eventos é muito rigorosa. Os donos da boate dizem que os funcionários  são eficientíssimos e muito bem treinados. Em suma, ninguém consegue explicar como, com tanta eficiência e fiscalização, uma catástrofe dessas proporções aconteceu.

O governador está certo em parte, ninguém pode acusar este ou aquele agora, mas a verdade terá que aparecer. De certa forma já temos uma vaga idéia, e isso é igual em quase todo o Brasil.

Uns fingem que fiscalizam, ou que cumprem suas funções e nós mesmos fingimos que acreditamos nisso tudo.

A única coisa concreta, real e muito dolorosa, é a morte de tanta gente, e a dor intraduzível de suas famílias. Espero que as autoridades tenham, também, um pouco de pudor, e também respeitem as famílias.

Há o ano inteiro para mentiras e fantasias de eficiência.    

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