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sábado, 9 de fevereiro de 2013

A MISTERIOSA AUSÊNCIA DE HUGO CHÁVEZ. ELE DEIXOU A VENEZUELA EM 10 DE DEZEMBRO E NUNCA MAIS APARECEU EM PÚBLICO. Hoje (domingo, 10/02)) completam-se dois meses do mais absoluto segredo sobre ele. Seus auxiliares dizem que se recupera, que fala, que escreve longas cartas e, o mais importante, toma decisões de governo. Mas, por que, então, não aparece ou não grava um vídeo para tranqüilizar o seu povo? Quem, ou o que o impede que faça isso?


No dia 8 de dezembro passado Hugo Chávez reuniu seus principais auxiliares no Palácio Miraflores e fez um surpreendente pronunciamento à Nação. Disse que seu câncer havia voltado e que precisaria fazer outra operação, em Havana, por ordem médica.

De fato, Chávez retardou essa operação o quanto pode, prejudicando a própria saúde, para conseguir chegar vivo até outubro, data da eleição presidencial. Venceu, é fato, mas desde então passou a se enfraquecer e a aparecer cada vez menos em público. No dia 8 fez o pronunciamento e voou para Cuba, de onde nunca mais voltou, nem deu sinal direto de vida.

São seus auxiliares que dizem que está cada vez melhor e em franca recuperação. Mistério!

A coisa toda se complicou porque o que aconteceu após a sua quarta operação e suas dramáticas conseqüências escapou ao roteiro traçado pelo próprio Chávez e que foi exposto por ele mesmo ao povo venezuelano pela TV, no pronunciamento de8 de dezembro. (Vejam o vídeo abaixo).

Quem mudou o “script”?

No pronunciamento Chávez foi absolutamente claro. Se não voltasse mais a Caracas para tomar posse, por algum impedimento, o que deveria ter ocorrido até 10 de janeiro, o vice-presidente Nicolas Maduro governaria até o último dia de mandato e, então, seguindo a Constituição Bolivariana, o governo seria assumido pelo presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello que, então, teria 30 dias para convocar novas eleições.

Quanto a isso Chávez foi cristalino. Marcadas as novas eleições, o seu candidato, indicado ao povo, seria Nicolas Maduro.

Pois bem, Chávez foi a Cuba, foi operado, a situação toda se complicou e ele quase morreu (supõem-se que esteja vivo), mas nada do que ele disse ao povo aconteceu. Chegado o dia 10 de janeiro Chávez não havia voltado à Venezuela e nem dado sinal de vida. Então os bolivarianos, ou por conta própria, ou planejadamente com os irmãos Castro e mais Chávez, deram um golpe. Sim, a Venezuela sofreu um golpe.

Ao invés de declararem Chávez afastado do poder, como ele mesmo havia dito que era para acontecer, o mantiveram, com o apoio do Tribunal Bolivariano, chavista,  dizendo que mesmo sem aparecer para a posse havia sido eleito.

Ocorre que ele de faro foi eleito, mas não assumiu. Como Nicolás Maduro era o vice até dez de janeiro, a Venezuela ficou sem governo constitucional. O Tribunal inventou um modo de Chávez continuar presidente sem estar na posse, com a solução esdrúxula de deixar Nicolas Maduro, que não foi eleito para nada, governando.

Maduro não poderia estar no governo, de modo algum. O vice na Venezuela não é eleito, é nomeado para cada mandato. E Chávez não o indicou como vice. Quem deveria estar governando a Venezuela, segundo a Constituição, seria Diosdado Cabello.

O que aconteceu nos bastidores ninguém sabe, mas todos os governos da região fingiram que não perceberam o golpe dado na Venezuela. Foi dado um golpe e Maduro jamais poderia governar sem ter sido eleito.

Supostamente a solução encontrada pelo Tribunal Venezuelano foi engendrada em Cuba, que depende do petróleo da Venezuela. Para Cuba é ótimo que Chávez continue no poder, pois está internado em Havana (onde?, em que circunstâncias?) e os auxiliares chavistas não ousarão contrariar Chávez. Com isso, Cuba continua com os benefícios que retira disso tudo.

Caso houvesse a eleição, conforme o desejo de Chávez, Maduro poderia perder para o oposicionista Henrique Capriles. Também se o governo tivesse ficado com Cabello, por trinta dias, este, de origem militar, poderia tentar manter-se indefinidamente no governo, dando um golpe.

Em suma, a solução encontrada de manter Chávez (mesmo impossibilitado de governar) na presidência, pode ter sido uma saída para evitar a guerra entre as facções chavistas. E uma guerra assim seria altamente prejudicial para os interesses cubanos.

Com Chávez praticamente seqüestrado em Havana, os cubanos podem transformar, com tranqüilidade, a Venezuela em colônia. E é o que parece estar, de fato, ocorrendo.

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