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domingo, 17 de fevereiro de 2013

O VISITANTE QUE VEIO DOS CÉUS E EXPLODIU SOBRE CHELYABINSK, NA RÚSSIA, COMO SE FOSSE A MANIFESTAÇÃO DA IRA DOS DEUSES CELESTES. A queda de meteoros está na base do surgimento de mitos religiosos milenares sobre a criação do mundo. (VIDEOS)


O METEORITO SOBRE A RÚSSIA A 45 MIL KM POR HORA
Hoje dizemos com tranqüilidade (desde que não tenha nos atingido e à nossa casa): “Oh! É só um mais meteorito que caiu do céu”. E lá vêm as explicações dos cientistas sobre o fenômeno: composição, massa, velocidade.

Foi isso o que aconteceu esta semana quando um meteoro entrou pela atmosfera e a sua gigantesca onda de choque feriu mais de 1.100 pessoas, abalou construções, deixando um prejuízo de mais de 30 milhões de dólares na Rússia, para os habitantes da região de Chelyabinsk, como se tivesse acontecido uma explosão atômica.

A explosão de um meteorito sobre a região dos Monte Urais, na Rússia, perto do Casaquistão, foi o fim de um longo trajeto de 6.500 quilometros percorrido pela pedra do espaço, desde que entrou na atmosfera terrestre pela região do Alaska.

O visitante do espaço percorreu aquela distância (do Alaska aos Urais) em apenas 32,5 segundos, a uma velocidade de mais de 45 mil quilômetros horários, e desintegrou-se em fragmentos que terminaram no lago Chebarkul, a 70 quilometros de Chelyabinsk.

Nem sempre, apesar do medo existente de um desastre de grandes proporções, pela energia liberada, os visitantes do céu foram encarados sob a ótica dos conhecimentos de Astronomia, da Física, ou da Química. O que seriam aquelas gigantescas bolas de fogo que caiam do céu?, perguntavam-se nossos ancestrais encolhidos de medo e respeito.

Gosto de imaginar os seres humanos no princípio dos tempos, quando ainda não tinham, talvez, nome para todas as coisas, e nem as pretensiosas explicações científicas com as quais queremos responder a todas as perguntas.

Um grupo de caçadores está há dez ou doze mil anos atrás em um deserto gelado, numa planície, ou perto de uma floresta e tudo se ilumina e estremece e queima. Ou resta um imenso buraco no chão, em direção aos abismos infernais, ou resta uma imensa pedra fumegante caída do céu.

Como explicar tal acontecimento? Nem havia conhecimento científico e nem todas as palavras ligadas a todas as experiências. O que aconteceu, afinal? 

TOMANOWOS, O VISITANTE DO CÉU



A explosão do meteorito sobre Chelyabinsk está próxima demais de nós, da nossa ciência, do nosso desencantamento iluminista com os mistérios divinos, com a metafísica.

Prefiro voltar dez ou doze mil anos no tempo, não estou muito certo, e imaginar como foi a recepção de Tomanowos pelo povo Clakamas, no Oregon (USA), no Vale Willamette. Os clakamas de hoje cultuam como um tipo de divindade um pedra de ferro e níquel, que caiu dos céus naquele tempo perdido.
TRANSPORTE DA PEDRA DE WILLAMETTE - O VISITANTE DO CEÚ


O que chamou a atenção sobre a pedra de Willamette foi uma notícia que, acho que em 2007, sobre um leilão que fariam em Nova Iorque. Uma casa de leilões estava oferecendo a colecionadores um pedaço de meteorito, de 13,5 quilos, com uma estimativa de cerca de um milhão de dólares de valor de venda.

Fiquei intrigado pois li, dias depois que índios do Oregon tentavam anular o leilãop e resgatar a pedra considerada sagrada pela tribo. Vejam, um pedço de meteorito caído dos céus há dez ou doze mil anos era um tipo de divindade para uma tribo americana. Como vender uma divindade em um leilão?

Ao pesquisar sobre o meteorito de Willamette descobri que o pedaço que seria leiloado era apenas um fragmento de uma pedra de 3,5 toneladas, no forma ovalado, que estava guardado no Museu Nacional de História Natural de Nova Iorque. O meteorito tinha três metros de comprimento e mais de 1,98 de altura, por 1,3 de largura. Poderia lembrar, com alguma boa vontade, o formato de um VW Fusca.

Como a pedra sagrada dos Clackamas foi parar naquele museu? Em 1902 alguns  exploradores do interior americano encontraram a pedra de ferro e níquel e ela foi comprada por alguém que a revendeu ao museu em 1906, sendo desde então uma atração de milhares de anos.

Os pesquisadores imaginam que a pedra deve ter caído entre dez e doze mil anos. O interior americano é habitado por tribos primitivas desde uns quinze mil anos. Então, se a pedra era parte e algo maior que caiu do céu e se desintegrou, deve ter sido um imenso e apavorante espetáculo de luz, sons e fogo.

O que poderiam dizer as testemunhas daquele espetáculo? Foram as narrativas antigas sobre essa queda que, provavelmente, ao longo de milênios criaram e mantiveram o mito de Tomanowos (significa visitante do céu).

Algum diz, diz o mito, o grande visitou a Terra (o Vale Willamette) e isso significou a união do céu, da terra e das águas. Eis aí um mito fundador. Como poderiam ter explicado melhor? Foi o que viram e sentiram. Quando, num tempo, não se tem outra hipótese explicativa para algo que nos intriga e intranqüiliza, a melhor hipótese é que temos!



A pedra era um visitante do céu.



Assim, em torno dessa verdade, os primitivos organizaram a sua sociedade. E, como, milhares de anos depois querem vender um pedaço do visitante em um leilão?

Havia bons motivos para estarem indignados.A história de Tomanowos mostra ou indica, para os nossos tempos arrogantes e desmemoriados daquele passado maravilhoso, que nem tudo se explica com a ciência, que a Humanidade existe há muito tempo, e que, talvez, seja pretensão demais abolir o sagrado, o místico. ou mitos.
 
GUTENBERG J. 


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