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domingo, 25 de agosto de 2013

A TRAGÉDIA DA FAMÍLIA PESSEGHINI SERÁ UM ETERNO MISTÉRIO. SEMPRE RESTARÁ UMA PERGUNTA: “MAS POR QUÊ, MARCELINHO?”. A Polícia está perto de apresentar a conclusão do caso que abalou o Brasil. O filho de 13 anos de um casal de PMs, Luis Marcelo Pesseghini e Andréia Bovo Pesseghini, matou os dois a tiros, e mais a tia-avó e a própria avó, na Vila Brasilândia, em São Paulo, na noite de 4 para cinco de agosto. No dia 5, depois das aulas, voltou para casa e disparou contra a própria cabeça, caindo morto ao lado dos pais. Provavelmente nunca alguém saberá o motivo.



ULTIMAMENTE ANDAVA MUITO DE CAPUZ,  COMO SEU HERÓI DESMOND MILES

Psiquiatras acreditam que Marcelo Bovo Pesseghini, de 13 anos, tinha uma anomalia mental, uma doença nunca identificada antes e que pode tê-lo feito produzir essa imensa tragédia. É certo que ele tinha uma doença degenerativa, fibrose cística, que prejudicava o seu sistema respiratório, e também havia ficado com diabetes, mas nem os remédios para as suas doenças e nem as doenças, em si, provocariam uma transformação mental ou uma deformação na personalidade.

O garoto era tido, de modo geral como educado, mas fechado. Aos poucos, dias após as mortes, foram surgindo depoimentos de colegas da escola mais detalhados, permitindo vislumbrar um menino desconhecido, diferente do Marcelinho pintado por vizinhos e parentes próximos.

Poucos sabiam que ele sabia dirigir e atirar, muitos pensavam que era destro, mas era canhoto; era obcecado por jogos eletrônicos violentos como Assassin´s Creed, de tal modo que assumiu, no seu Facebook, a identidade visual de um dos assassinos do jogo, Desmond Miles.

Também andou pesquisando na Internet sobre massacres familiares, pois postou no final do ano passado, em seu Facebook, uma imagem referente ao Massacre de Amityville, em que um jovem matou a tiros seis pessoas da própria família: os pais e mais quatro irmãos. Mas o assassino não se matou e disse à polícia estar possuído pelo demônio.



Segundo diversos colegas de Marcelo, ele andava repetindo que queria matar os pais e fugir de automóvel para virar pistoleiro matador profissional. Fantasia juvenil? Loucura? Quem poderá responder? Alguns de seus colegas faziam parte, com ele, de um grupo chamado “Mercenários”, cuja meta seria, segundo eles, matar o maior número de parentes. Mas ninguém o fez, exceto Marcelo.

No dia cinco de agosto, quando foi à aula, depois da mortes, que somente foram descobertas no final da tarde e anunciadas pela imprensa no começo da noite, Marcelo foi questionado por um amigo de classe se havia conseguido matar a avó. Ele já havia tentado dar uma flechada na avó, mas não havia conseguido acertar. 

Muito sério teria respondido: “Desta vez matei todos eles”. Mas ninguém acreditou que fosse algo sério.


Somente à noite, quando o noticiário contava a tragédia da família Pesseghini, o amigo dele que havia feito a pergunta e dado carona na volta da aula ficou sabendo e entrou em pânico, percebendo que Marcelo havia mesmo matado a todos e falado a verdade. 

Marcelo disse a ele também, ainda na escola, “esta é a última vez que você vai me ver vivo”.

MARCELO E OS PAIS

Desde cedo a doença de Marcelo exigiu inúmeros cuidados, pois ele poderia morrer facilmente. Logo após seu nascimento os pais ficaram sabendo que ele poderia não ter muitos anos devida. Os cuidados médicos e o amor paternal fez com que chegasse aos treze anos.

Sua vida era muito regrada e ficou ainda mais após a constatação da Diabetes, tendo que tomar duas injeções de insulina por dia. Uma rotina massacrante para uma criança. Mas isso poderia ter revoltado o garoto a ponto de culpar a família e desejar a sua morte?

Nada parece registrar algo assim.

Marcelo fantasiava (ou acreditava mesmo?) ser um matador profissional. A diretora de sua escola e professores disseram que era bom aluno. A diretora revelou que desde abril havia começado a andar com um capuz, mas que isso não havia atrapalhado os estudos.

O capuz é a marca de Desmond Miles, o assassino profissional de Assassin´s Creed. Teria sido influenciado a tal ponto pelo jogo que não distinguia mais a realidade da fantasia?

O certo é que, no final da noite de 4 de agosto, após atirar na cabeça de seu pai atirou na mãe, e ela estava acordada. Imagino se eles se olharam e ela teve a chance de perguntar o motivo de seu ato. 

Mas ela morreu, e nunca saberemos. Em seguida ele matou a tia-avó e a avó. Foi de carro para a escola à 1h15 da madrugada de cinco de agosto. Assistiu às aulas, disse a alguns amigos que havia matado a todos, mas não acreditaram.

Voltou para casa de carona.

Entrou na casa ´pouco mais de meio dia. Ninguém saberá, jamais, o que houve. Deve ter olhado longamente o pai morto, o corpo da mãe, ajoelhado ao lado do colchão com as mãos na nuca. Não se sabe se foi ver a tia e a avó. De pé, ao lado do colchão jogado no chão da sala pegou a pistola calibre, que era de sua mãe, usada nas mortes, e deu um tiro no ouvido esquerdo. 

A bala atravessou a sua cabeça e alojou-se na parede. 

MARCA DA BALA QUE MATOU MARCELO

Foi a única marca de bala do massacre da família Pesseghini.  Marcelo disparou seis vezes, uma no pai, uma na mãe, uma na tia-avó, duas balas na avó (pulso e cabeça), e uma nele próprio.

Segundo alguns colegas, ele pretendia matar a diretora da escola. Creio que ele levou a arma na mochila, mas nunca saberemos o que o teria feito mudar seu plano e voltar para casa, em busca da própria morte.

Sobre as duas pequenas casas da Rua Dom Sebastião, 42, na Vila Brasilândia, sempre haverá de pairar a pergunta de todos os que o conheciam: ”Mas por que, Marcelinho?” 


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