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sábado, 31 de agosto de 2013

CUBA, A DITADURA MAIS VELHA DO MUNDO. Leia a resenha de Bruno Braga do livro "A ilha do doutor Castro"



 'A ilha do doutor Castro'

Bruno Braga
30 Agosto 2013


"Jamais poderemos nos tornar ditadores (...). Eu sou um homem que sabe quando é preciso ir embora.

Fidel Castro, 08 de Janeiro de 1959, primeiro discurso após a entrada em Havana".


Depois de mais de meio século desde o seu primeiro pronunciamento, o “Comandante” permanece firme no poder, fazendo de Cuba a ditadura mais duradoura da face da Terra. Um regime que resiste aos efeitos do tempo. Conserva-se apesar da decrepitude de seu líder máximo. Sobrevive mesmo espalhando miséria, destruição e morte. Cuba segue como modelo inspirador para lideranças políticas e chefes de Estado, para “pseudo-Intelectuais” engajados, para a juventude rebelde e um sem número de “idiotizados” por uma publicidade enganosa vagabunda.

Os jornalistas Corine Cumerlato e Denis Rousseau viveram em Cuba durante três anos, de 1996 a 1999. “A ilha do doutor Castro” é o registro desta experiência. O livro é uma boa fonte de informação sobre Cuba – e também sobre a vida cotidiana dos cubanos, que é regida por Fidel Castro. Ele aborda o aspecto histórico da revolução, o “sistema” e a arquitetura do regime totalitário, a economia e os elementos socioculturais. 


Os autores descrevem a doutrinação socialista-comunista nas escolas. A vigilância das autoridades através dos comitês de bairro. O mercado duplo – de dólares e pesos. O mercado negro e a corrupção. Os apagões e racionamentos. A verdadeira medicina cubana, que tem uma estrutura precaríssima e carece dos medicamentos mais básicos – em que os pacientes e suas famílias são responsáveis por suas roupas e pela alimentação durante a internação hospitalar. As estatísticas monstruosas de aborto. A fome e a prostituição.

O regime castrista–socialista-comunista se auto-elegeu guardião e provedor do “povo” cubano. Assumiu o projeto de construir um “mundo novo” fundado na “igualdade entre todos”. No entanto, criou verdadeiramente cidadãos de segunda classe: os próprios cubanos. 

Enquanto os estrangeiros – os turistas – são adulados com todos os mimos e regalias para que, imbecilizados, façam publicidade da ilha e do regime no exterior – e a elite revolucionária se farta de privilégios instituídos por ela mesma –, o restante da população é proibido de frequentar certos locais públicos, tem limitações impostas na assistência médica e até na compra de medicamentos.

Cumerlato e Rousseau contam que a visita do Papa João Paulo II, em 1998, levou uma fagulha de esperança aos cubanos. “Não tenham medo” [...] “sejam os protagonistas de vossa história”, proclamou o Pontífice. Porém, “El Comandante” demonstrou desprezo e indiferença: “Escuto com sorriso de Gioconda e paciência de Jó” [...] “Cuba permanece inamovível em seus princípios”.

Enfim, o livro dos jornalistas franceses é o relato de uma experiência sob o regime totalitário conduzido por um ditador sanguinário – e dos efeitos tenebrosos que eles impõem aos cubanos. Em Fidel Castro uma telespectadora da ilha observou: “ele tem olhos de louco!” – e uma pessoa próxima a corrigiu: “mas ele sempre teve esses olhos; não tinha notado?” (p. 22). 

Não, depois de mais de meio século, a América Latina não notou. Porque quem dita as regras, quem rege o continente é o Foro de São Paulo - a organização fundada pelo “Comandante” cubano e por Luiz Inácio – e pelo PT, que hoje detém o poder no Brasil – para fomentar a revolução socialista-comunista. 

Quer dizer, disseminar não apenas uma cultura revolucionária, mas cristalizar uma forma de governo de dimensões continentais – a “Pátria grande” inspirada em um modelo que produziu concretamente apenas destruição, morte, controle e repressão. 
 
CUMERLATO, Corine. ROUSSEAU, Denis. “A ilha do doutor Castro”: a transição confiscada. Trad. Paulo Neves. Editora Peixoto Netto: São Paulo, 2001.


TEXTO REPRODUZIDO DO SITE MÍDIA SEM MÁSCARA:

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